Projeto de lei pode salvar 500 milhões de animais por ano no Brasil

Projeto de lei pode salvar 500 milhões de animais por ano no Brasil. Um segundo: esse é o tempo necessário para que 15 animais morram por atropelamento nas estradas brasileiras. Em um ano, são 475 milhões de animais selvagens, incluindo 40 milhões de animais de médio porte, como gambás, lebres e macacos, e cinco milhões de animais de grande porte como onça, lobos, antas e capivaras. Neste último caso, há risco inclusive para motoristas e passageiros, que podem até morrer por causa da colisão. 

Essa chacina pode mudar a partir da próxima semana com o PL 466/2015, de autoria de Ricardo Izar.  O projeto teve seu pedido para apreciação em regime de urgência aprovado e deve entrar em votação no começo da próxima semana.  O texto do PL foi aprovado por unanimidade na Câmara de Viação e Transportes (CVT) e agora tramita na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS).

O Projeto de Lei 466/2015 prevê a implantação, inclusive nas estradas já existentes, de medidas que auxiliem a travessa da fauna silvestre, tais como instalação de sinalização e redutores de velocidade, passagens aéreas ou subterrâneas, passarelas, pontes, cercas e refletores, além de ações de educação ambiental com campanhas de conscientização dos motoristas.

As estatísticas sobre a more de animais nas estradas são do professor e pesquisador Alex Bager, Diretor do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas. Para chegar a esses números, ele fez uso da tecnologia, criando um aplicativo para celulares – o Urubu – por meio do qual os motoristas podem registrar os atropelamentos que veem pelas estradas brasileiras.

Além dos acidentes, 1,3 milhão de animais são mortos por dia em consequência da ação humana, através da construção de estradas em áreas de preservação ou separando o local onde vivem os animais e onde eles se alimentam. De acordo com o especialista, as rodovias não são projetadas para preservarem a vida dos animais e sim para serem executadas com o menor orçamento possível. Só após a definição do projeto, que muitas vezes cruza parques e outras unidades de conservação, é que são feitos estudos para minimizar os impactos. A alta velocidade dos motoristas é um fator agravante.